07/03/2008

A FABRICAÇÃO DOS OVOS DE PÁSCOA

Percebendo a importância do cacau para os astecas, Cortez ordenou o cultivo de cacaueiros, e em 1528 a primeira partida seguiu para a Espanha. Lá o “chocoatl” recebeu a adição de açúcar e baunilha, para se adaptar ao paladar local. No século XVII, virou moda nas cortes européias. Em 1746 foram plantados os primeiros cacaueiros no Brasil, inicialmente no Pará, e depois (1752) na região de Ilhéus, sul da Bahia.

No século XIX, mudanças no preparo do cacau dariam origem ao chocolate que conhecemos. Em 1819 instalou-se na Suíça a primeira fábrica de chocolate. O país se tornaria um dos principais produtores mundiais, principalmente a partir de 1875, quando o leite passou a ser adicionado à massa. Em 1929 inicia-se uma nova era. Os fabricantes Cailler, Kohler e Peter associaram-se à Nestlé para produzir um chocolate com leite que superava todos os anteriores. Na década de 1930 o know-how suíço passou a contar com a qualidade do cacau brasileiro, resultando num produto superior.

PROCESSAMENTO DO CACAU
Os principais ingredientes do chocolate são cacau, açúcar e leite. A relação dos ingredientes específicos de cada chocolate aparece nos respectivos rótulos. Selecionado na região de Ilhéus-Itabuna, na Bahia (considerada a melhor área produtora do país), o cacau é adquirido diretamente de plantadores na forma de favas já secas, por técnicos da Companhia Produtora de Alimentos. Na fábrica de Itabuna ele passa pelo processamento inicial.

A seleção e limpeza das favas é feita por um sistema de sucção que elimina eventuais impurezas. Depois de selecionadas, elas são encaminhadas para uma unidade de trituração, que possibilita a separação das amêndoas e das cascas. As amêndoas sofrem então um processo de torrefação, que contribui para o desenvolvimento da cor, sabor e aroma característicos do chocolate. Moídas, as amêndoas se transformam num líquido denso, chamado massa de cacau, que pode ser prensada para extração da torta e da manteiga de cacau.

FABRICAÇÃO DOS CHOCOLATES
A mistura dos ingredientes é feita segundo receitas previamente determinadas. Grandes misturadores homogeneízam e transformam a mistura numa pasta. Na etapa seguinte, de refinação, o produto passa por cilindros metálicos que reduzem as partículas de cacau e de açúcar, o que é importante para que o chocolate fique bem macio. Segue-se a conchagem, fase durante a qual a massa recebe nova adição de manteiga de cacau e é revolvida continuamente, desenvolvendo o aroma e o sabor que caracterizam um bom chocolate. Na fase de temperagem a massa é submetida a um período de espera, seguido de resfriamento e novo aquecimento. Nesse ponto, o chocolate está derretido e pronto para a moldagem, feita em fôrmas específicas para o tablete ou ovos de Páscoa que estão sendo fabricados, posicionadas em esteiras submetidas a vibrações que eliminam bolhas de ar no interior da massa. Depois, as fôrmas passam por um túnel resfriado, para que os tabletes ou ovos adquiram a consistência sólida. Após desmoldados, seguem em esteiras para o acondicionamento automático.

Após a abertura da embalagem, se o chocolate não for todo consumido imediatamente deve ser mantido no próprio invólucro vedado (por exemplo, com fita adesiva). Esse cuidado é especialmente importante no caso do Chocolate em Pó Solúvel: a proteção interna deve permanecer bem fechada, já que o produto, como todo alimento em pó, absorve com facilidade a umidade existente no ar. Pelo mesmo motivo, para retirar o chocolate em pó da embalagem deve-se usar uma colher bem limpa e seca.

A Comercialização dos Ovos de Páscoa

A COMERCIALIZAÇÃO
Com a chegada da Páscoa, o consumo de chocolates cresce, principalmente aqueles em forma de ovo. Nem mesmo com os preços elevados consegue tirar a tradição de presentear as pessoas com ovos de Páscoa. Na carona da festa religiosa, os supermercados faturam nas duas semanas que antecedem a Páscoa, cerca de 220% a mais no item dos chocolates, que nos demais meses. Conforme o gerente de supermercados, Sr. Ribas, dos 50 mil ovos achocolatados encomendados às diversas fábricas, 30% quebram no transporte, manuseio e/ou vandalismo, forçando os supermercados a baixarem os preços após o período da Páscoa.

Das 35 crianças na faixa etária dos 08 aos 14 anos, entrevistadas nos três maiores mercados de Salvador, 35 gostam do alimento à base do cacau. Algumas chegaram a falar que “deveria existir duas ou três Páscoas por ano”, só para saborearem mais chocolates. Adultos também se manifestaram a favor dos ovos. Sendo que alguns, devido aos diversos tipos de doenças, não podem se dar ao luxo de se comparar com as crianças.

Os olhos de Bruno, 07 anos, brilham. O garoto fica sem saber o que escolher diante de tanta variedade de cores e sabores. São os ovos de Páscoa que já enchem as prateleiras em pequenas lojas e grandes supermercados. Por enquanto, a maioria dos consumidores está apenas pesquisando os preços. Mas os comerciantes de Salvador apostam alto. Querem vender entre 15% a 20% mais em 2008 que no ano passado, quando atingiu a marca de 50 mil toneladas, equivalente ao volume que daria para encher 50 piscinas olímpicas.

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Sou uma pessoa bastante alegre e de fácil relacionamento. Jornalista, educomunicador, videasta, mesatenista e espiritualista. Adoro uma boa música e a minha familia.