Percebendo a importância do cacau para os astecas, Cortez ordenou o cultivo de cacaueiros, e em 1528 a primeira partida seguiu para a Espanha. Lá o “chocoatl” recebeu a adição de açúcar e baunilha, para se adaptar ao paladar local. No século XVII, virou moda nas cortes européias. Em 1746 foram plantados os primeiros cacaueiros no Brasil, inicialmente no Pará, e depois (1752) na região de Ilhéus, sul da Bahia.
No século XIX, mudanças no preparo do cacau dariam origem ao chocolate que conhecemos. Em 1819 instalou-se na Suíça a primeira fábrica de chocolate. O país se tornaria um dos principais produtores mundiais, principalmente a partir de 1875, quando o leite passou a ser adicionado à massa. Em 1929 inicia-se uma nova era. Os fabricantes Cailler, Kohler e Peter associaram-se à Nestlé para produzir um chocolate com leite que superava todos os anteriores. Na década de 1930 o know-how suíço passou a contar com a qualidade do cacau brasileiro, resultando num produto superior.
PROCESSAMENTO DO CACAU
Os principais ingredientes do chocolate são cacau, açúcar e leite. A relação dos ingredientes específicos de cada chocolate aparece nos respectivos rótulos. Selecionado na região de Ilhéus-Itabuna, na Bahia (considerada a melhor área produtora do país), o cacau é adquirido diretamente de plantadores na forma de favas já secas, por técnicos da Companhia Produtora de Alimentos. Na fábrica de Itabuna ele passa pelo processamento inicial.
A seleção e limpeza das favas é feita por um sistema de sucção que elimina eventuais impurezas. Depois de selecionadas, elas são encaminhadas para uma unidade de trituração, que possibilita a separação das amêndoas e das cascas. As amêndoas sofrem então um processo de torrefação, que contribui para o desenvolvimento da cor, sabor e aroma característicos do chocolate. Moídas, as amêndoas se transformam num líquido denso, chamado massa de cacau, que pode ser prensada para extração da torta e da manteiga de cacau.
FABRICAÇÃO DOS CHOCOLATES
A mistura dos ingredientes é feita segundo receitas previamente determinadas. Grandes misturadores homogeneízam e transformam a mistura numa pasta. Na etapa seguinte, de refinação, o produto passa por cilindros metálicos que reduzem as partículas de cacau e de açúcar, o que é importante para que o chocolate fique bem macio. Segue-se a conchagem, fase durante a qual a massa recebe nova adição de manteiga de cacau e é revolvida continuamente, desenvolvendo o aroma e o sabor que caracterizam um bom chocolate. Na fase de temperagem a massa é submetida a um período de espera, seguido de resfriamento e novo aquecimento. Nesse ponto, o chocolate está derretido e pronto para a moldagem, feita em fôrmas específicas para o tablete ou ovos de Páscoa que estão sendo fabricados, posicionadas em esteiras submetidas a vibrações que eliminam bolhas de ar no interior da massa. Depois, as fôrmas passam por um túnel resfriado, para que os tabletes ou ovos adquiram a consistência sólida. Após desmoldados, seguem em esteiras para o acondicionamento automático.
Após a abertura da embalagem, se o chocolate não for todo consumido imediatamente deve ser mantido no próprio invólucro vedado (por exemplo, com fita adesiva). Esse cuidado é especialmente importante no caso do Chocolate em Pó Solúvel: a proteção interna deve permanecer bem fechada, já que o produto, como todo alimento em pó, absorve com facilidade a umidade existente no ar. Pelo mesmo motivo, para retirar o chocolate em pó da embalagem deve-se usar uma colher bem limpa e seca.
07/03/2008
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